quinta-feira, 19 de maio de 2016
Panair do Brasil S.A
Panair do Brasil S.A. foi uma das companhias aéreas pioneiras do Brasil. Nasceu como subsidiária de uma empresa norte-americana, a NYRBA (New York-Rio-Buenos Aires), em 1929. Incorporada pela Pan Am em 1930, teve seu nome modificado de Nyrba do Brasil para Panair do Brasil, em referência à empresa controladora (Pan American Airways).
Por décadas dominou o setor de aviação no Brasil. Como as demais empresas aéreas que possuíam sócios estrangeiros nos anos 1950 e 1960, ela sofreu pressões do governo, iniciadas na gestão do Presidente João Goulart, para que suas ações ficassem totalmente em mãos brasileiras. Tudo levava a crer, nos bastidores do poder, que a Varig naturalmente se envolveria na aquisição de parte da Panair, porém, ela acabou nas mãos dos grandes empresários Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen, dono da Rede Excelsior. Tal desfecho incomodou o governo e a própria VARIG, que dava como certa mais uma aquisição de outra empresa aérea nacional.
Entretanto, em seu apogeu acabou por ter suas operações aéreas abruptamente encerradas em 10 de fevereiro de 1965, devido a um decreto do governo militar, que suspendeu suas linhas. A opção pela suspensão, ao invés da cassação, foi um mero artifício técnico encontrado pelo governo militar. Assim as operações poderiam ser, na prática, paralisadas de imediato, sem o decurso dos prazos legais de uma cassação. Até hoje suas linhas encontram-se tecnicamente suspensas.
Imediatamente após à suspensão, estranhamente os aviões e tripulações da VARIG já se encontravam prontos para operar os principais voos da Panair nos aeroportos do Brasil e do mundo, evidenciando que a Varig havia sido comunicada do ato antes mesmo da própria Panair do Brasil.
Nos dias seguintes, a empresa entrou na justiça com um pedido de concordata preventiva, já que possuía boa situação patrimonial e financeira, e uma inigualável imagem de confiança e bons serviços prestados ao longo de décadas. Assim a recuperação judicial seria possível caso o decreto do governo fosse revogado. Porém, o Brigadeiro Eduardo Gomes, então Ministro da Aeronáutica, teria interferido no caso, pressionando o juiz responsável pelo processo, e, fardado, pressionou-o a indeferir a concordata. Assim, em um caso inédito na justiça brasileira, deu-se a improcedência da ação no prazo recorde de 24 horas do pedido inicial. O magistrado, em sua decisão, alegou que a Panair do Brasil não conseguiria recuperar-se, pois sem a operação de suas linhas não haveria receita. Essa decisão não levou em consideração, evidentemente pela pressão, que a empresa teria receitas provenientes de suas grandes subsidiárias, que atuavam nas mais diversas áreas da aviação civil como manutenção de turbinas, ou ainda, das receitas do conglomerado que a controlava, que incluía desde seguradoras, imobiliárias, fábricas do setor alimentício, exportação de café e telecomunicações.
O fechamento total da empresa pela ditadura militar só se deu definitivamente em 1969, através de outro ato também inédito na história do direito empresarial brasileiro, um "decreto de falência" baixado pelo Poder Executivo, durante o governo do General Costa e Silva. O principal beneficiário deste processo foi a VARIG.
Panair do Brasil iniciou suas operações em 22 de outubro de 1929, como NYRBA do Brasil SA, a subsidiária brasileira da NYRBA, Inc. (New York, Rio e Linha Buenos Aires). Ambas as companhias aéreas foram estabelecidas por Ralph Ambrose O'Neill para o transporte de correio e passageiros que utilizam hidroaviões entre os Estados Unidos, Brasil e Argentina, voando sobre a costa leste do continente.
NYRBA do Brasil veio como uma resposta competitiva americano para um serviço que tinha sido fornecido pelos alemães desde 1927. A partir deste ano, a Condor Syndikat e, posteriormente, seu sucessor Deutsche Luft Hansa explorado no mercado brasileiro através da criação da subsidiária Syndicato Condor, ea companhia aérea brasileira Varig.
Inicialmente, O'Neill tentou comprar ETA - Empresa de Transporte Aéreo, a companhia aérea brasileira que alegou ter concessões exclusivas para voar dentro do Brasil. A legalidade do contrato de compra e venda foi questionada ea operação foi abortada. O'Neill decidiu então criar a sua própria subsidiária brasileira, que vai operar em parceria com NYRBA.
Naquele tempo, se uma companhia aérea estrangeira queria operar em território brasileiro, ele foi obrigado a criar uma subsidiária. Isto permitiu uma concorrência leal entre operadores nacionais e estrangeiros. Aconselhado por políticos, O'Neill estabelecido NYRBA do Brasil. A criação desta filial foi autorizada em 15 de outubro de 1929 e em 24 janeiro de 1930 suas operações foram autorizadas em todo o território brasileiro, com extensões para o Uruguai, Argentina, e as Guianas, dependendo de acordos bi-laterais. O primeiro vôo decolou do Aeroporto Calabouço (que em 1936 seria nomeado oficialmente Aeroporto Santos Dumont), no Rio de Janeiro para Buenos Aires, com paradas intermediárias em 23 de dezembro de 1929, e em janeiro de 1930, começou a voar entre Rio de Janeiro e Fortaleza com paragens intermédias em Campos dos Goytacazes, Vitória, Caravelas, Ilhéus, Salvador, Aracaju, Maceió, Recife e Natal. A primeira operação de carga bem-sucedida entre Buenos Aires e Miami, uma joint-venture com NYRBA, aconteceu entre os dias 19 e 25 de fevereiro de 1930. Nesta operação, foram usadas 8 seaplanes diferentes.
Em 30 de abril de 1930 NYRBA foi vendida para a Pan Am e, como conseqüência, em 21 de novembro de 1930 o novo proprietário da subsidiária renomeado NYRBA do Brasil como Panair do Brasil.
Serviços regulares de passageiros começou a 2 de março de 1931 com um voo entre Belém e Rio de Janeiro, uma jornada que levou 5 dias. Este serviço foi mais tarde estendido para Buenos Aires e as operações aumentou a tal ponto que levou os mesmos cinco dias, com paradas durante a noite em Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
A partir de 1933, a Panair do Brasil, competindo com Condor Syndicato em serviços estabelecidos para o interior do Brasil. Panair especializou-se em operações de pouso água na bacia amazônica, enquanto Condor investiu em operações terrestres usando a rota de Mato Grosso.
Em 1937 Panair abriu sua sede própria dedicada ao Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, um projeto inspirado na Base Hidroavião Pan-Americana e Terminal Building, em Miami, incluindo não apenas as operações de passageiros, mas também escritórios e galpões. Manteve-se a sua sede, até que foi forçada a cessar suas operações em 1965. Atualmente abriga o Terceiro Comando Aéreo Regional da Força Aérea Brasileira.
Em outubro 1937 Panair recebeu seus primeiros aviões de terra, um Lockheed Model 10 Electra e iniciou a sua actividade não se restringe por água-landing. Ele foi utilizado em serviços de Belo Horizonte, locais no Estado de Minas Gerais atingindo mais tarde, Goiânia e São Paulo. Novos serviços domésticos eram continuamente aberto a tal ponto que em 1940, a companhia aérea tinha uma das mais extensas redes domésticas do mundo, cobrindo a maior parte do Brasil, via o litoral eo interior, e da região amazônica.
Como a Segunda Guerra Mundial eclodidos, Panair ganhou uma clara vantagem em relação ao seu concorrente mais forte, Syndicato Condor, controlada pelo capital alemã. Além disso, uma vez que o Ministério da Força Aérea recém-criado não têm a capacidade ou técnica para construir e manter campos de ar, pelo Decreto-Lei Federal 3.462 de 25 de Junho de 1941, Panair foi autorizada a construir, melhorar e manter os aeroportos de Macapá , Belém, São Luís, Fortaleza, Natal, Recife, Maceió e Salvador, que permanecerá operacional até os dias atuais. Eles tiveram uma importância estratégica fundamental para a defesa do Atlântico Sul e na logística de transporte entre o Brasil ea África Ocidental. A autorização durou 20 anos.
Até 1942, 100% de suas ações estiveram em poder dos controladores Norte-Americanos, que então começaram a vendê-las para empresários brasileiros. Com o aumento da participação acionária de empresários brasileiros, em 1943 a empresa passou a ser chamada Panair do Brasil. Em 1944, com apoio do governo nacionalista do Presidente Getúlio Vargas, empresários brasileiros passaram a controlar 42% das ações da empresa, chegando a 52% em 1946. A etapa final da nacionalização da empresa ocorreu em 1961, quando o empresário Celso da Rocha Miranda se associou a Mário Wallace Simonsen e passaram a deter 65% do controle acionário da empresa, e eliminando a participação americana (SASAKI, 2005, pgs. 71 e 80). Como tal, o governo brasileiro concedeu a Panair a concessão para operar serviços para a Europa, sendo a única companhia aérea brasileira com tal concessão.
Panair também inovou, iniciando em 2 de setembro de 1943 o primeiro serviço overnight no Brasil: Rio / Belém, com paragens intermédias.
Em março de 1946 Panair recebeu seu primeiro Lockheed Constellation 049, sendo a primeira companhia aérea fora dos Estados Unidos para operar essa aeronave. O primeiro vôo decolou em 27 de abril, 1946 a partir de Rio de Janeiro para Recife, Dakar, Lisboa, Paris e Londres. Panair também foi a primeira companhia aérea internacional a pousar no recém-inaugurado Aeroporto de Londres Heathrow depois.
Como Panair recebeu mais baratos equipamentos para Madrid e Roma foram inauguradas. Em 1947, os serviços foram estendidos para o Cairo e Istambul, e em 1948 para Zurique e Frankfurt. No mesmo ano, os serviços para Montevidéu e Buenos Aires começou. Santiago de Chile, Lima e Beirute foram adicionados em 1950 e Hamburgo e Düsseldorf em 1954.
A companhia aérea gradualmente estabeleceu um padrão elevado para os seus serviços aos clientes e por muitos anos no Brasil, a expressão Padrão Panair era sinônimo de excelência em aviação. Na verdade, a excelência foi tão bem conhecida na altura em que anos mais tarde a sua DC-8-33 apareceu em um punhado de filmes, incluindo a co-produção ítalo-francesa, Copacabana Palace (1962), bem como as produções francesa La Peau Douce (1964) e L'homme de Rio (1964).
Em 1953 Panair fez um pedido de 4 de Havilland Comet 2 com opção para mais 2 Comet 3. Panair foi a segunda companhia aérea a colocar um fim a essas aeronaves, atrás apenas da BOAC. Essas ordens foram canceladas em 1954 devido a falhas no projeto original do avião.
Em 1955, foram utilizados os fundos não utilizados da ordem Comet para comprar 4 Douglas DC-7C, naquela época a aeronave ideal para operações de longo curso. O primeiro chegou em 1957. Em 1961 Panair adquiriu quatro Sud Aviation Caravelle, que entrou em serviço em 1962, operando em rotas tronco domésticas.
Em termos de acordos, entre 1956 e 1958, Panair e Loide Aéreo Nacional manteve um acordo para evitar a concorrência desleal, em que o território brasileiro foi dividido em áreas de influência. O acordo também incluiu leasing de aeronaves. Entre 30 de novembro de 1960 e 1965 Panair operado com a TAP-Transportes Aéreos Portugueses, o Voo da Amizade, entre São Paulo-Congonhas, Rio de Janeiro-Galeão e Lisboa, com escala em Recife e Sal, usando um dedicado aeronaves Douglas DC-7C com os nomes de ambas as companhias, a TAP números de vôo e tripulantes das duas companhias aéreas. Apenas os cidadãos brasileiros e Português ou estrangeiros com residência permanente no Brasil ou Portugal poderia comprar bilhetes para esses voos, que eram extremamente populares devido às suas baixas tarifas.
Em 1961, a Panair começou a operar o Douglas DC-8-33 para a Europa. No entanto, apesar de seu excelente serviço, Panair enfrentado crescente concorrência de outras companhias estatais estrangeiras. Dirigindo-se à situação, Panair formou uma piscina operacional com a Aerolíneas Argentinas, Alitalia e Lufthansa. Em 1962, incorporou a Panair SUD SE-210 Caravelle jatos 6-R para os seus principais rotas domésticas e da América do Sul.
Em 10 de fevereiro de 1965 a empresa foi comunicada pelo Governo Federal através de um ato assinado pelo ministro da Aeronáutica Eduardo Gomes da cassação de seu certificado de operação, ao mesmo tempo que repassava suas linhas nacionais para a Cruzeiro e as linhas internacionais para a Varig.
A alegação das autoridades governamentais era que a companhia era "devedora da União e de diversos fornecedores". Muitos de seus ex-funcionários e mesmo autoridades consideram tal ato uma arbitrariedade, comum em regimes de exceção aos quais o País estava submetido na época. Justificam-se estes com base em documentos daquele ano, que indicariam que, dentre todas as empresas áereas brasileiras, a Panair era a que possuía o menor montante devido ao Governo Federal.
Diversos autores (MARTINS, 2004; SASAKI, 2005) avaliam que a destruição da companhia foi motivada com a perseguição política que o regime militar movia contra os proprietários da Panair, os empresários Celso da Rocha Miranda e Mário Wallace Simonsen — este, dono também da TV Excelsior, que foi igualmente fechada por ordem da ditadura militar brasileira.
Especulam ainda que tal ato tenha sido executado como forma de favorecer a Varig, que, com o fechamento da Panair, incorporou não apenas suas rotas internacionais para a Europa e Oriente Médio, mas também suas aeronaves e outros ativos, como oficinas de revisão e a rede de agências no exterior, tornando-se a maior empresa aérea do país.
Três Heróis Brasileiros da Segunda Guerra Mundial
Jovens cheios de sonhos e de vida. Mas veio a guerra e os levou para bem longe da terra natal, para o outro lado do Oceano Atlântico, a Itália, onde tiveram que enfrentar os alemães e seus canhões, as noites geladas e a brutalidade do front. Quando o mundo lembra os 70 anos do início da Segunda Guerra, vale a pena conhecer mais sobre essa história e reverenciar o ato de bravura de três soldados. Geraldo Baêta da Cruz, 28 anos, natural de Entre Rios de Minas, Arlindo Lúcio da Silva, de 25, de São João del Rey, e Geraldo Rodrigues de Souza, de 26, de Rio Preto, na Zona da Mata, que morreram como heróis na cidade italiana de Montese, onde ocorreu uma das mais sangrentas batalhas do conflito mundial com a participação da FEB.
De acordo com os registros, os três pracinhas integravam uma patrulhado 11º RI de São João del Rey que teve como esforço principal o combate em montanhas com densos campos de minas e sob o fogo cerrado das metralhadoras alemãs. Em Montense, a tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foram demonstradas em seu raro espírito ofensivo, sob os fogos da Infantaria e Artilharia do Inimigo, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando e posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da Guerra. Em uma dessas incursões, os pracinhas mineiros se viram frente a frente com uma companhia alemã composta de aproximadamente 100 homens. Era 14 de abril de 1945. Eles receberam ordens para se render, mas continuaram em combate até ficarem sem munição e serem mortos.
O detalhe é que, em vez da vala comum, mereceram as honras especiais do Exército alemão. Admirado com a coragem e resistência do trio, o comandante nazista mandou enterrá-los e colocar, sobre a cova, uma cruz e placa com a inscrição: “Drei Brasilianische Helden” ou “Três Heróis Brasileiros”. Terminada a guerra, seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério de Pistoia, na Itália, e depois para o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro/RJ, (foto). Mereceram as condecorações Medalha de Campanha (participação na guerra), de Sangue do Brasil (quando há ferimento) e Cruz de Combate(feitos de destaque).
No coração dos familiares e amigos ainda está a marca do dia da convocação dos jovens para a guerra e, depois, no caso dos três mineiros, do trágico comunicado sobre a morte. “Foi horrível e doloroso para todos nós. No mês seguinte, à partida de Geraldo Baeta, minha mãe sofreu um derrame cerebral e morreu. Uma vizinha ouviu no rádio que o navio em que ele estava fora a pique. Só que a mulher confundira tudo, era mentira, o meu irmão prosseguia viagem”, conta Natanaela Baeta Morais, de 79 anos, casada, moradora do Bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. Numa caixa, ela guarda todas as cartas e medalhas conquistadas nos campos da Itália, e um pouco das cinzas do herói.
Enquanto abraça a foto do irmão, “que era arrimo de família de 10 filhos”, Natanaela conta que Geraldo Baeta nunca ficou sabendo que a mãe morrera tão rapidamente: “Achamos melhor não falar nada”. As cartas não paravam de chegar e, numa delas, o pracinha fez uma brincadeira com a mãe, dona Sinhá, dizendo que arrancaria e traria o bigode de Hitler para ela escovar o sapato. “Foram meses muito tristes, nossa família se reunia para chorar”, recorda-se Natanaela, certa de que os jovens precisam conhecer esses episódios para valorizar mais a participação dos brasileiros no conflito mundial. “Tudo isso só não pode cair no esquecimento das novas gerações”, pede Dona Natanaela Morais.
“Eles não morreram em vão”
GERALDO BAETA DA CRUZ – IDENT. MILITAR N° IG-295.850
Classe 1916. 11º Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar em 22 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de Antonio José da Cruz e Maria Conceição da Cruz, residente em João Ribeiro, MG. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Montese, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia, na quadra C, fileira nº 4, sepultura nº 47, marca: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 2ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se: “Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália”.
GERALDO RODRIGUES DE SOUZA – IDENT. MILITAR N° 4G-88.714
Classe 1919. 11º Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar 20 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de Josino Rodrigues de Souza e Maria Joana de Jesus, residente à rua Cajurú nº 4, Serra Azul, SP. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Natalina, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar brasileiro de Pistóia, na quadra B, fileira 9, sepultura nº 98, marca: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 2ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se “Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália”.
ARLINDO LÚCIO DA SILVA – IDENT. MILITAR N° 1G-291.827
Classe 1920. 11° Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar em 20 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de João Olímpio da Silva e Maria Cipriana de Jesus, tendo como pessoa responsável D.Maria Cipriana de Jesus , residente à rua Vargo de faria n° 177, São João del-Rei, Estado de Minas Gerais. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Montese, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia, na quadra C, fileira nº 4, sepultura 44: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 1ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se: No dia 14 de abril, no ataque a Montese, seu Pelotão foi detido por violenta harragem de morteiros inimigos, enquanto uma Metralhadora alemã, hostilizava violentamente o seu flanco esquerdo, obrigando os atacantes a se manterem se manterem colados ao solo. O Soldado Arlindo, atirador de F.A, num gesto de grande bravura e desprendimento, levanta-se, localiza a resistência inimiga e sobre ela despeja seis carregadores de sua arma, obrigando-a a calar-se nessa ocasião, é morto por um franco-atirador inimigo”
De acordo com os registros, os três pracinhas integravam uma patrulhado 11º RI de São João del Rey que teve como esforço principal o combate em montanhas com densos campos de minas e sob o fogo cerrado das metralhadoras alemãs. Em Montense, a tenacidade, o ardor combativo e as qualidades morais e profissionais dos brasileiros foram demonstradas em seu raro espírito ofensivo, sob os fogos da Infantaria e Artilharia do Inimigo, transpondo caminhos desenfiados, neutralizando campos minados, assegurando e posteriormente, para a Divisão Brasileira, a posse definitiva dessa importante posição alemã dentro do contexto da Guerra. Em uma dessas incursões, os pracinhas mineiros se viram frente a frente com uma companhia alemã composta de aproximadamente 100 homens. Era 14 de abril de 1945. Eles receberam ordens para se render, mas continuaram em combate até ficarem sem munição e serem mortos.
O detalhe é que, em vez da vala comum, mereceram as honras especiais do Exército alemão. Admirado com a coragem e resistência do trio, o comandante nazista mandou enterrá-los e colocar, sobre a cova, uma cruz e placa com a inscrição: “Drei Brasilianische Helden” ou “Três Heróis Brasileiros”. Terminada a guerra, seus restos mortais foram trasladados para o Cemitério de Pistoia, na Itália, e depois para o Monumento aos Pracinhas, no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro/RJ, (foto). Mereceram as condecorações Medalha de Campanha (participação na guerra), de Sangue do Brasil (quando há ferimento) e Cruz de Combate(feitos de destaque).
No coração dos familiares e amigos ainda está a marca do dia da convocação dos jovens para a guerra e, depois, no caso dos três mineiros, do trágico comunicado sobre a morte. “Foi horrível e doloroso para todos nós. No mês seguinte, à partida de Geraldo Baeta, minha mãe sofreu um derrame cerebral e morreu. Uma vizinha ouviu no rádio que o navio em que ele estava fora a pique. Só que a mulher confundira tudo, era mentira, o meu irmão prosseguia viagem”, conta Natanaela Baeta Morais, de 79 anos, casada, moradora do Bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. Numa caixa, ela guarda todas as cartas e medalhas conquistadas nos campos da Itália, e um pouco das cinzas do herói.
Enquanto abraça a foto do irmão, “que era arrimo de família de 10 filhos”, Natanaela conta que Geraldo Baeta nunca ficou sabendo que a mãe morrera tão rapidamente: “Achamos melhor não falar nada”. As cartas não paravam de chegar e, numa delas, o pracinha fez uma brincadeira com a mãe, dona Sinhá, dizendo que arrancaria e traria o bigode de Hitler para ela escovar o sapato. “Foram meses muito tristes, nossa família se reunia para chorar”, recorda-se Natanaela, certa de que os jovens precisam conhecer esses episódios para valorizar mais a participação dos brasileiros no conflito mundial. “Tudo isso só não pode cair no esquecimento das novas gerações”, pede Dona Natanaela Morais.
“Eles não morreram em vão”
GERALDO BAETA DA CRUZ – IDENT. MILITAR N° IG-295.850
Classe 1916. 11º Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar em 22 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de Antonio José da Cruz e Maria Conceição da Cruz, residente em João Ribeiro, MG. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Montese, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia, na quadra C, fileira nº 4, sepultura nº 47, marca: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 2ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se: “Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália”.
GERALDO RODRIGUES DE SOUZA – IDENT. MILITAR N° 4G-88.714
Classe 1919. 11º Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar 20 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de Josino Rodrigues de Souza e Maria Joana de Jesus, residente à rua Cajurú nº 4, Serra Azul, SP. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Natalina, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar brasileiro de Pistóia, na quadra B, fileira 9, sepultura nº 98, marca: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 2ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se “Por uma ação de feito excepcional na Campanha da Itália”.
ARLINDO LÚCIO DA SILVA – IDENT. MILITAR N° 1G-291.827
Classe 1920. 11° Regimento de Infantaria. Embarcou para além-mar em 20 de setembro de 1944. Natural do Estado de Minas Gerais, filho de João Olímpio da Silva e Maria Cipriana de Jesus, tendo como pessoa responsável D.Maria Cipriana de Jesus , residente à rua Vargo de faria n° 177, São João del-Rei, Estado de Minas Gerais. Faleceu em ação no dia 14 de abril de 1945, em Montese, Itália, e foi sepultado no Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia, na quadra C, fileira nº 4, sepultura 44: lenho provisório.
Foi agraciado com as Medalhas de Campanha, Sangue do Brasil de Combate de 1ª Classe. No decreto que lhe concedeu esta última condecoração, lê-se: No dia 14 de abril, no ataque a Montese, seu Pelotão foi detido por violenta harragem de morteiros inimigos, enquanto uma Metralhadora alemã, hostilizava violentamente o seu flanco esquerdo, obrigando os atacantes a se manterem se manterem colados ao solo. O Soldado Arlindo, atirador de F.A, num gesto de grande bravura e desprendimento, levanta-se, localiza a resistência inimiga e sobre ela despeja seis carregadores de sua arma, obrigando-a a calar-se nessa ocasião, é morto por um franco-atirador inimigo”
A arara-vermelha
A arara-vermelha (Ara chloropterus) é uma ave de grande porte, com cores exuberantes e cauda longa. Esta bela espécie pertence à família dos psitacídeos, possui como característica fazer muito barulho, com seus gritos estridentes que podem ser ouvidos a grande distância. De fácil convívio, a arara-vermelha, tem facilidade para imitar a voz dos seres humanos.
Além de sua cor vermelha característica, a arara-vermelha possui outras cores, o que torna esta ave bem colorida. Suas asas são azuis com uma faixa verde e a plumagem vermelha se destaca na região da cabeça, pescoço e cauda. Seu bico é encurvado, com a mandíbula superior recurvada sobre a inferior. Esta forma de bico é uma adaptação à alimentação que é à base de sementes e frutos em geral. Os machos possuem o bico mais comprido e estreito.
São aves dóceis que medem de 73 a 95 cm de comprimento, e pesa até 1,5 kg. As fêmeas geralmente são menores. Apesar de serem aves com excelentes vôos, preferem fazer "acrobacias" e trepar em galhos. Se locomove muito bem entre os ramos das árvores, devido ao formato das patas e do bico em forma de gancho.
A distribuição geográfica da Arara-vermelha ocorre no Panamá, Colômbia, Venezuela, Guianas, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai. No Brasil, é encontrada na Amazônia e em rios costeiros margeados por florestas no leste do País. Os ninhos das araras são construídos em ocos cavados no alto das árvores e também possuem como hábito abrigar seus ovos em buracos em paredões rochosos. A fêmea põe de dois a três ovos e a incubação dura em torno de 28 dias.
Uma característica interessante das Araras-vermelhas é que elas são monogâmicas, ou seja, quando forma um casal, esta união é por toda a vida. Além disto, são aves que chegam a viver 60 anos. Vivem em bandos que podem, ocasionalmente, misturar-se ao bando de outras araras e o período reprodutivo ocorre entre os meses de inverno e primavera.
Infelizmente, com o índice de devastação das florestas crescendo de forma absurda, e a retirada destas aves de seu habitat natural para tráfico e comércio ilegal, representa uma ameaça a sobrevivência desta espécie.
Referências Bibliográficas:
http://projetoararaazul.org.br/Arara/Home/AAraraAzul/Ararasdog%C3%AAneroAra/Araravermelha/tabid/301/Default.aspx
http://eptv.globo.com/terradagente/0,0,2,167;4,arara-vermelha-grande.aspx
Gurgel Motores S.A.
A cidade de Rio Claro, no interior de São Paulo, já sediou uma importante indústria nacional de automóveis que em 25 anos produziu utilitários, carros urbanos e até elétricos. Foi fundada em 1º de setembro de 1969 pelo engenheiro mecânico e eletricista João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que sempre sonhou com o carro genuinamente brasileiro. Devido às exportações que sua empresa passou a fazer com o sucesso dos produtos, ele sempre dizia que sua fábrica não era uma multinacional, e sim "muitonacional". O capital era 100% brasileiro.
Este homem dinâmico e de grandes idéias formou-se na Escola Politécnica de São Paulo em 1949 e, em 1953, no General Motors Institute nos Estados Unidos. Conta-se que, ao apresentar o projeto de um automóvel popular, o Tião, ao professor, teria ouvido: "Isto e coisa para multinacionais. Carro não se fabrica, Gurgel, se compra".
Gurgel começou produzindo karts e minicarros para crianças. Em 1969 fundou a Gurgel Veículos, seu primeiro modelo foi um bugue com linhas muito modernas e interessantes. Chamava-se Ipanema e utilizava chassi, motor e suspensão Volkswagen. Gurgel sempre batizou seus carros com nomes bem brasileiros e homenageava nossas tribos de índios.
X12: perdurou por praticamente toda a existência da Gurgel.
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel (Franca, 26 de março de 1926 — São Paulo, 30 de janeiro de 2009) foi um engenheiro e ex-industrial brasileiro do ramo automobilístico. Ele montou em 1969 a fábrica Gurgel, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais.
Este homem dinâmico e de grandes idéias formou-se na Escola Politécnica de São Paulo em 1949 e, em 1953, no General Motors Institute nos Estados Unidos. Conta-se que, ao apresentar o projeto de um automóvel popular, o Tião, ao professor, teria ouvido: "Isto e coisa para multinacionais. Carro não se fabrica, Gurgel, se compra".
Gurgel começou produzindo karts e minicarros para crianças. Em 1969 fundou a Gurgel Veículos, seu primeiro modelo foi um bugue com linhas muito modernas e interessantes. Chamava-se Ipanema e utilizava chassi, motor e suspensão Volkswagen. Gurgel sempre batizou seus carros com nomes bem brasileiros e homenageava nossas tribos de índios.
X12: perdurou por praticamente toda a existência da Gurgel.
João Augusto Conrado do Amaral Gurgel (Franca, 26 de março de 1926 — São Paulo, 30 de janeiro de 2009) foi um engenheiro e ex-industrial brasileiro do ramo automobilístico. Ele montou em 1969 a fábrica Gurgel, com a proposta de produzir veículos 100% nacionais.
A Primeira novela exibida diariamente no Brasil
Sua Vida me Pertence, que estreou no dia 21 de dezembro de 1951 na extinta TV Tupi. Escrita, dirigida e protagonizada por Walter Forster, a novela começou a ser exibida pouco mais de um ano após a implantação da televisão no Brasil e ficou no ar até o dia 8 de fevereiro de 1952. Naquele tempo, como não existia o videoteipe para gravar imagens, todos os programas, incluindo a novela, eram encenados ao vivo. Ao todo foram 15 capítulos, exibidos às terças e quintas-feiras às 20 horas. Sua Vida me Pertence também apresentou o primeiro beijo na boca das novelas nacionais, na verdade um selinho bem comportado entre Forster e a atriz Vida Alves. O enredo girava em torno do despertar da paixão de um homem mais velho (Forster) por uma jovem garota (Vida). O ator Lima Duarte também fazia parte do elenco.
Elenco:
Wálter Forster
Vida Alves
Lia de Aguiar
Lima Duarte
José Parisi
Astrogildo Filho
Dionisio Azevedo
Tânia Amaral
João Monteiro
Néa Simões
Elenco:
Wálter Forster
Vida Alves
Lia de Aguiar
Lima Duarte
José Parisi
Astrogildo Filho
Dionisio Azevedo
Tânia Amaral
João Monteiro
Néa Simões
Cataratas do Iguaçu, uma das Novas Sete Maravilhas da Natureza
As Cataratas do Iguaçu são uma das mais belas paisagens do mundo e é visitada por mais de um milhão de turistas todos os anos. São 275 saltos por onde escoam em torno de um trilhão de litros de água por segundo. Independente do clima da época, essa colossal obra da natureza desperta diversas sensações em quem a contempla. O passeio começa no centro de recepção aos visitantes no Parque Nacional do Iguaçu em Foz do Iguaçu onde os turistas podem adquirir alguns souvenirs em lojas especializadas, e também poderão ver e até interagir com algum dos painéis distribuídos pelo local. Como é o caso do painel que emite o som de diversos tipos de pássaros da nossa fauna. Logo após, os turistas embarcam em um moderno ônibus panorâmico, double-deck, com capacidade para 72 passageiros sentados, que se desloca para o interior do parque, aonde o passageiro vai contemplando a fauna e flora até as Cataratas. Conforme o ônibus se aproxima, o som das quedas das cataratas vai surgindo.
Eder Jofre, o ‘Galinho de Ouro’: campeão mundial de boxe
Quando o juiz levantou minha mão, mostrando que eu era o vencedor, chorei muito”. No dia 18 de novembro de 1960, Eder Jofre, aos 24 anos, tornou-se o primeiro brasileiro campeão mundial de boxe ao derrotar o mexicano Eloy Sanchez por nocaute, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
No dia seguinte, O GLOBO anunciava em manchete na primeira página: “Éder Jofre campeão por K. O.!”, seguida de uma foto do mexicano estirado na lona do ringue. “Um cruzado de direita no queixo do mexicano foi o soco decisivo”, detalhava o texto. Vencedor na categoria peso galo, a partir dessa vitória começou a escrever seu nome na história no boxe mundial, tanto que, em 1992, foi escolhido para ingressar no Hall da Fama da modalidade nos Estados Unidos.
Com um cartel de 81 lutas, 75 vitórias (50 por nocautes), quatro empates e duas derrotas, Jofre, o “Galinho de Ouro”, é o maior pugilista brasileiro de todos os tempos. Nascido em São Paulo, no dia 26 de março de 1936, é de uma família de pugilistas: seu tio Ralph Zumbano, falecido em 2001, representou o Brasil nas Olimpíadas de 1948, em Londres. O pai, o argentino José Aristides Jofre, conhecido como Kid Jofre, foi um respeitável pugilista e responsável pelos primeiros passos do filho nos ringues, tornando-se seu treinador.
Em 1953, aos 17 anos, Jofre subiu pela primeira vez nos ringues como amador, no torneio Forja dos Campeões, patrocinado pelo jornal "A Gazeta Esportiva". Três anos depois, o atleta participou dos Jogos Olímpicos de Melborne, na Austrália, mas foi eliminado logo nas primeiras lutas. Em 1958, ele tornou-se campeão brasileiro dos galos e, dois anos mais tarde, campeão sul-americano na mesma categoria, antes de conquistar o título mundial. Em 1962, diante de mais de 20 mil pessoas no ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, Eder Jofre venceu o britânico Johnny Caldwell por nocaute, no décimo assalto, e unificou os cinturões da época. Entre 1960 e 1965, venceu todas as lutas por nocaute.
Eder Jofre tinha muitos problemas para manter o peso da categoria, de até 53,5 kg, e treinava embrulhado em um casaco de lã e outro de plástico, para suar bastante e perder peso. Em 1965, foi ao Japão e perdeu o título para Masahiko ‘Fighting’ Harada. No ano seguinte, em uma revanche, sofreu nova derrota para Harada. Desiludido, o boxeador resolveu abandonar o boxe. Em 1969, no entanto, retornou às lutas na categoria pena, de até 57 Kg, o que lhe deu mais folga para conviver com os problemas de peso. Em 1973, aos 37 anos, surpreendendo todos, conquistou o título mundial dos penas, em Brasília, contra o cubano naturalizado espanhol Jose Legra. Três anos depois, encerrou, definitivamente, sua carreira.
Na década de 90, a revista “The Ring”, a mais conceituada no mundo do boxe, classificou Eder Jofre entre os 50 melhores boxeadores, em todos os pesos, da História. Em 16 de dezembro de 1993, o jornal noticiou que o Conselho Mundial de Boxe o homenageou como um dos melhores pesos-galo de todos os tempos. Mesmo após ter se aposentado do esporte, Éder continuou a disputar lutas em forma de exibições – uma delas, realizada no Ibirapuera, em 1996, contra Servílio de Oliveira, logo após ele conquistar a primeira medalha olímpica do boxe brasileiro, em Atlanta, nos EUA. Em 2010, aos 74 anos, ainda treinava diariamente e ainda aceitava desafios na academia.
Hoje com 80 anos, o maior pugilista do país chegou a ser diagnosticado com Mal de Alzheimer, em 2013. No entanto, o diagnóstico foi corrigido em 2014 para encefalopatia traumática crônica, antigamente conhecida como demência pugilística. Com o tratamento correto, Eder Jofre diz que a recuperação foi a sua maior vitória. O filme “Dez segundos”, que conta a trajetória do “Galinho de Ouro”, tem estreia prevista para o segundo semestre de 2016.
Paulo Luiz Carneiro
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/eder-jofre-galinho-de-ouro-campeao-mundial-de-boxe-fenomeno-nos-ringues-18075522
Monteiro Lobato
Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a "Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda América Latina. Metade de suas obras é formada de literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba, quando da crise do café. Situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de Arte Moderna.
Monteiro Lobato (1882-1948) nasceu em Taubaté, São Paulo, no dia 18 de abril de 1882. Era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Monteiro Lobato. Alfabetizado pela mãe, logo despertou o gosto pela leitura, lendo todos os livros infantis da biblioteca de seu avô o Visconde de Tremembé. Desde menino já mostrava seu temperamento irrequieto, escandalizou a sociedade quando se recusou fazer a primeira comunhão. Fez o curso secundário em Taubaté. Com 13 anos foi estudar em São Paulo, no Instituto de Ciências e Letras, se preparando para a faculdade de Direito.
Registrado com o nome de José Renato Monteiro Lobato, resolve mudar de nome, pois queria usar uma bengala, que era de seu pai, que havia falecido no dia 13 de junho de 1898. A bengala tinha as iniciais J.B.M.L gravadas no topo do castão, então mudou de nome, passou a se chamar José Bento, assim as suas iniciais ficavam iguais às do pai.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco na capital, formando-se em 1904. Na festa de formatura fez um discurso tão agressivo que vários professores, padres e bispos se retiraram da sala. Nesse mesmo ano voltou para Taubaté. Prestou concurso para a Promotoria Pública, assumindo o cargo na cidade de Areias, no Vale do Parnaíba, no ano de 1907.
Monteiro Lobato casou-se com Maria Pureza da Natividade, em 28 de março de 1908. Com ela teve quatro filhos, Marta (1909), Edgar (1910), Guilherme (1912) e Rute (1916). Paralelamente ao cargo de Promotor, escrevia para vários jornais e revistas, fazia desenhos e caricaturas. Ficou em Areias até 1911, quando muda-se para Taubaté, para a fazenda Buquira, deixada como herança pelo seu avô.
No dia 12 de novembro de 1912, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma carta sua enviada à redação, intitulada "Velha Praga", onde destaca a ignorância do caboclo, criticando as queimadas e que a miséria tornava incapaz o desenvolvimento da agricultura na região. Sua carta foi publicada e causou grande polêmica. Mais tarde, publica novo artigo "Urupês", onde aparece pela primeira vez o personagem "Jeca Tatu".
Em 1917 vende a fazenda e vai morar em Caçapava, onde funda a revista "Paraíba". Nos 12 números publicados, teve como colaboradores Coelho Neto, Olavo Bilac, Cassiano Ricardo entre outras importantes figuras da literatura. Muda-se para São Paulo, onde colabora para a "Revista do Brasil". Entusiasmado compra a revista e, transformando-se em editor. Publica em 1918, seu primeiro livro "Urupês", que esgota sucessivas tiragens. Transforma a Revista em centro de cultura e a editora numa rede de distribuição com mais de mil representantes.
No dia 20 de dezembro de 1917, publica no jornal O Estado de São Paulo, um artigo intitulado "Paranoia ou Mistificação?", onde critica a exposição de Anita Malfatti, pintora paulista recém chegada da Europa. Estava criada uma polêmica, que acabou se transformando em estopim do movimento modernista.
Monteiro Lobato, em sociedade com Octalles Marcondes Ferreira, funda a "Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato". Com o racionamento de energia, a editora vai à falência. Vendem tudo e fundam a "Companhia Editora Nacional". Lobato muda-se para o Rio de Janeiro e começa a publicar livros para crianças. Em 1921 publica "Narizinho Arrebitado", livro de leitura para as escolas. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Pica-pau Amarelo". Em 1927 é nomeado, por Washington Luís, adido comercial nos Estados Unidos, onde permanece até 1931.
Como escritor literário, Lobato destacou-se no gênero "conto". O universo retratado, em geral são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Parnaíba, quando da crise do plantio do café. Em seu livro "Urupês", que foi sua estreia na literatura, Lobato criou a figura do "Jeca Tatu", símbolo do caipira brasileiro. As histórias do "Sítio do Picapau Amarelo", e seus habitantes, Emília, Dona Benta, Pedrinho, Tia Anastácia, Narizinho, Rabicó e tantos outros, misturam a realidade e a fantasia usando uma linguagem coloquial e acessível.
O livro "Caçadas de Pedrinho", publicado em 1933, que faz parte do Programa Nacional Biblioteca na Escola, do Ministério da Educação, está sendo questionado pelo movimento negro, por conter "elementos racistas". O livro relata a caçada a uma onça que está rondando o sítio. "É guerra e das boas, não vai escapar ninguém, nem tia Anastácia, que tem cara preta".
José Renato Monteiro Lobato morreu no dia 5 de julho de 1948, de problemas cardíacos.
Obras de Monteiro Lobato
Idéias de Jeca Tatu, conto, 1918
Urupês, conto, 1918
Cidades Mortas, conto, 1920
Negrinha, conto, 1920
O Saci, literatura infantil, 1921
Fábulas de Narizinho, literatura infantil, 1921
Narizinho Arrebitado, literatura infantil, 1921
O Marquês de Rabicó, literatura infantil, 1922
O Macaco que se fez Homem, romance, 1923
Mundo da Lua, romance, 1923
Caçadas de Hans Staden, literatura infantil, 1927
Peter Pan, literatura infantil, 1930
Reinações de Narizinho, literatura infantil, 1931
Viagem ao Céu, literatura infantil, 1931
Caçadas de Pedrinho, 1933
Emília no País da Gramática, literatura infantil, 1934
História das Invenções, literatura infantil, 1935
Memórias da Emília, literatura infantil, 1936
Histórias de Tia Nastacia, literatura infantil, 1937
Serões de Dona Benta, literatura infantil, 1937
O Pica-pau Amarelo, literatura infantil, 1939
Fábulas de Monteiro Lobato
O Cavalo e o Burro
A Coruja e a Águia
O Lobo e o Cordeiro
O Corvo e o Pavão
A Formiga Má
A Garça Velha
As Duas Cachorras
O Jaboti e a Peúva
O Macaco e o Coelho
O Rabo do Macaco
Os Dois Burrinhos
Os Dois Ladrões
A caçada da Onça
Jeca Tatu
É no livro "Urupês", que Monteiro Lobato retrata a imagem do caipira brasileiro, onde destaca a pobreza e a ignorância do caboclo, que o tornava incapaz de auxiliar na agricultura. O Jeca Tatu é um flagrante do homem e da paisagem do interior. O personagem se tornou um símbolo nacionalista utilizado por Rui Barbosa em sua campanha presidencial de 1918. Na quarta edição do livro, Lobato pede desculpas ao homem do interior.
Imigração inglesa no Brasil e sua contribuição no desenvolvimento do país.
Os ingleses começaram a chegar muito cedo aos países das Américas - Latina e do Sul - ainda na época das grandes navegações. Não vinham propriamente como imigrantes, mas sob a forma de negociantes e aventureiros, ou mesmo piratas. No Brasil, eles acabaram alcançando larga influência econômica, que foi muito acentuada entre 1835 e 1912, quando começou a declinar, muito lentamente.
A influência britânica sobre a vida, a paisagem e a cultura do Brasil foi largamente estudada por Gilberto Freire, que define as relações entre a Grã-Bretanha e o Brasil ainda semicolonial como "mais ou menos imperiais". E cita, entre os efeitos da sua influência, o terno branco, o chá, a cerveja e o uísque, o bife com batatas, o pijama de dormir, o tênis e o futebol, a capa de borracha, os piqueniques, o escotismo, o lanche e o sanduíche.
Isso sem contar as inúmeras palavras inglesas incorporadas à nossa língua, que se anglicizou em todos os seus setores, ganhando verbos como chutar, driblar, boicotar, boxear, esbofetear, liderar. São ingleses o craque, o turfe, o iate, o esnobe, o rum, o cheque, o alô, o pudim, o revólver, o urra.
A presença dos ingleses em todos os setores econômicos chegou a provocar, nos fins do século passado [N.E.: século XIX], uma certa antipatia entre os brasileiros, que de certa forma os enxergavam como "colonialistas". É dessa época uma antiga trovinha de autor anônimo, cantada pelos moleques enquanto corriam atrás dos "misters":
Não se pesca mai de rede
Não se pode mai pescá
Qui já se sabe a nutiça
que os ingrês comprou o má
De qualquer forma, a influência inglesa no progresso industrial brasileiro pode ser medida pelas suas iniciativas nesse campo. No Brasil, as primeiras fundições modernas, o primeiro cabo submarino, as primeiras estradas de ferro, os primeiros telégrafos, as primeiras moendas de engenho moderno de açúcar, a primeira iluminação a gás, os primeiros barcos a vapor, as primeiras redes de esgoto foram, quase todas, obras dos ingleses.
Fonte:
http://marusasaki.blogspot.com.br/2012/09/imigracao-inglesa-no-brasil-e-sua.html
segunda-feira, 16 de maio de 2016
Hino Nacional Brasileiro
Francisco Manuel da Silva, autor da música do hino nacional brasileiro.
O Hino Nacional Brasileiro é um dos quatro símbolos oficiais da República Federativa do Brasil, conforme estabelece o art. 13, § 1.º, da Constituição do Brasil. Os outros símbolos da República são a bandeira nacional, as armas nacionais e o selo nacional. Tem letra de Joaquim Osório Duque Estrada (1870 - 1927) e música de Francisco Manuel da Silva (1795 - 1865). Foi adquirida por 5:000$ cinco contos de réis a propriedade plena e definitiva da letra do hino pelo decreto n.º 4.559 de 21 de agosto de 1922 [1] pelo então presidente Epitácio Pessoa e oficializado pela lei n.º 5.700, de 1 de setembro de 1971, publicada no Diário Oficial (suplemento) de 2 de setembro de 1971.
Hino executado em continência à Bandeira Nacional e ao presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, assim como em outros casos determinados pelos regulamentos de continência ou cortesia internacional. Sua execução é permitida ainda na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias religiosas de caráter patriótico e antes de eventos esportivos internacionais.
A partir de 22 de setembro de 2009, o hino nacional brasileiro tornou-se obrigatório em escolas públicas e particulares de todo o país. Ao menos uma vez por semana todos os alunos do ensino fundamental devem cantá-lo.
A música do hino é de Francisco Manuel da Silva e foi inicialmente composta para banda. Em 1831, tornou-se popular com versos que comemoravam a abdicação de Dom Pedro I. Posteriormente, à época da coroação de Dom Pedro II, sua letra foi trocada e a composição, devido a sua popularidade, passou a ser considerada como o hino nacional brasileiro, embora não tenha sido oficializada como tal. Após a proclamação da República os governantes abriram um concurso para a oficialização de um novo hino, ganho por Leopoldo Miguez. Entretanto, com as manifestações populares contrárias à adoção do novo hino, o presidente da República, Deodoro da Fonseca, oficializou como Hino Nacional Brasileiro a composição de Francisco Manuel da Silva, estabelecendo que a composição de Leopoldo Miguez seria o Hino da Proclamação da República. Durante o centenário da Proclamação da Independência, em 1922, finalmente a letra escrita pelo poeta e jornalista Joaquim Osório Duque Estrada tornou-se oficial.
A orquestração do hino é de Antônio de Assis Republicano e sua instrumentação para banda é do tenente Antônio Pinto Júnior. A adaptação vocal foi feita por Alberto Nepomuceno e é proibida a execução de quaisquer outros arranjos vocais ou artístico-instrumentais do hino.
Joaquim Osório Duque Estrada, autor da letra do hino nacional brasileiro.
Uirapuru,Seresteiro cantador do meu sertão
Você já ouviu uma música tão bonita que fez você parar tudo o que estava fazendo só para admirá-la? Assim é o canto do uirapuru-verdadeiro. Há quem diga que quando ele canta as outras aves silenciam para ouvir a melodia. Elas ficam hipnotizadas e passam a ser controladas pelo maestro (para ouvir o uirapuru veja o vídeo no final do post).
O nome uirapuru é dado a algumas aves da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica. A maioria faz parte da família dos dançarinos (falei de um membro desse grupo no post Dançarino-da-cabeça-vermelha usa passos de Michael Jackson na dança do acasalamento). Os machos possuem cores vibrantes e fazem coreografias extremamente elaboradas na esperança de conquistar uma fêmea. Mas, quando o assunto é melodia, nenhum dançarino se compara ao uirapuru-verdadeiro, ave da família das corruíras cercada de mitos e lendas.
Uma das histórias se refere a um guerreiro que se apaixona pela esposa do cacique. Como não pode se aproximar dela, o rapaz pede ao deus Tupã para transformá-lo em pássaro. Todas as noites o jovem, em sua forma alada, se aproxima de sua amada e canta para ela. Mas o cacique também ouve a música, e começa a perseguir a ave com a intenção de prendê-la.
O pássaro se esconde na floresta e o cacique não consegue encontrá-lo. Mas o uirapuru não desiste. Ele canta todas as noites para a esposa do cacique na esperança que ela o descubra através de sua melodia.
Outra lenda conta a história de Oribici, uma índia que disputava o amor do chefe de sua tribo com outra mulher. O cacique organizou uma competição de arco e flecha para escolher sua esposa. A derrota foi devastadora para Oribici. Ela chorou tanto que suas lágrimas deram origem a um córrego.
Comovido com a tristeza da índia, o deus Tupã – para compensar pelo amor que Oribici havia acabado de perder – a transformou em um pássaro com um canto extremamente belo, capaz de enfeitiçar todas as aves da floresta.
Uma terceira lenda conta a história de um pássaro que foi atingido no coração por uma flecha disparada por uma moça apaixonada pelo seu canto. A ave se transformou em um belo guerreiro.
Tomado pela inveja, um feiticeiro compôs uma música com sua flauta encantada e fez com que o rapaz desaparecesse para sempre. Tudo o que restou foi o lindo canto do guerreiro, que pode ser ouvido até hoje na floresta.
O uirapuru-verdadeiro é considerado um talismã. Existem pessoas que acreditam que o homem que carregar uma pena da ave será irresistível para as mulheres e terá sucesso nos negócios. Também dizem que a moça que conseguir um pedaço do ninho manterá seu amado, fiel e apaixonado, por toda a vida. Mas essas superstições são prejudiciais à espécie, já que é preciso capturar o animal e destruir o local em que ele cuida dos filhotes.
Prefiro acreditar na lenda que diz que a pessoa que escuta o uirapuru pode fazer um desejo que será realizado no futuro. Assim podemos propagar um dos cantos mais bonitos que se pode ouvir na Floresta Amazônica.
Seleção Brasileira de 1982 - Amada e injustiçada
Time base: Waldir Peres; Júnior, Luisinho, Oscar e Leandro; Cerezo e Falcão; Éder, Zico e Sócrates; Serginho. Técnico: Telê Santana.
Na década de 80, o futebol nacional vivia um mar de qualidade pelo surgimento de muitos, mas muitos craques. O Flamengo tinha um esquadrão encantador e serviu como base daquela seleção com os laterais Júnior e Leandro e o meia Zico. E poderia ceder ainda Andrade e Adílio, não fosse a preferência de Telê pelo atleticano Cerezo e pelo colorado/romano Falcão. Na zaga, a dupla era café com leite: o atleticano Luisinho e o são paulino Oscar, além do goleiro são paulino Waldir Peres. No meio e no ataque, entravam o corintiano Sócrates, o atleticano Éder e o são paulino Serginho. Mas aquele ataque poderia ser melhor se o centroavante Reinaldo, craque do Atletico Mineiro, não tivesse sido cortado por Telê. O Brasil perdeu demais com a ausência do artilheiro. Com o time pronto, o Brasil encantou os europeus um ano antes em uma excursão para o velho continente em três amistosos de peso contra Inglaterra, França e Alemanha. Contra os ingleses, vitória do Brasil por 1 a 0, gol de Zico. Na partida seguinte, contra a França, outra vitória: 3 a 1, com direito a olé. No último jogo, páreo duro contra a melhor seleção europeia, a Alemanha, e, mesmo assim, vitória do time canarinho por 2 a 1, com um show em particular do goleiro Waldir Peres, que pegou dois pênaltis de um dos maiores craques do futebol alemão: Paul Breitner. Com moral, com shows e com um timaço, o Brasil era apontado como o maior favorito da Copa de 1982. O tetra era apenas uma questão de tempo.
Martha Rocha, símbolo brasileiro da beleza feminina
Maria Martha Hacker Rocha
Salvador, 19 de setembro de 1936 é uma rainha da beleza brasileira, eleita em 1954 a primeira Miss Brasil.
Ela é a sétima filha do casal Álvaro Rocha e Hansa Rocha. Aos 18 anos, participou do concurso Miss Bahia, venceu e logo após tornou-se Miss Brasil. Em julho de 1954, chegou aos Estados Unidos e pesquisas já a consideravam eleita a Miss Universo. Martha ficou em 2º lugar e diz a lenda que a perda do o título de Miss Universo para a americana Miriam Stevenson se deveu a duas polegadas a mais nos quadris. O segundo lugar deu a Miss a fama absoluta.
Depois do concurso, Martha Rocha tornou-se referência nacional de beleza.
O EGO-PC primeiro compatível com o IBM PC
No Brasil, a primeira empresa a lançar um microcomputador compatível com o IBM PC foi a Softec, que comercializava o EGO desde o início de 1983. O EGO tem praticamente todas as característica; técnicas do IBM PC e está baseado no mesmo microprocessador, o 8088 da Intel, que é em parte compatível, em termos de software, com outros microprocessadores mais antigos, como o Zilog Z80. Isso permite a transferência da maioria dos programas desenvolvidos no Z80 para o 8088. A compatibilidade foi um dos principais fatores na escolha do 8088, embora ele não seja o microprocessador de 16 bits de major desempenho, havendo outros mais avançados como, por exemplo, o Motorola 68000. Apesar disso, o aumento de eficiência conseguido com o 8088 é considerável quando comparado com os processadores de 8 bits tradicionais.
O projeto do EGO é muito parecido com o do IBM PC, sendo um sistema bastante flexível em termos de configurações e equipamentos periféricos disponíveis. É um pouco maior que o IBM PC nas dimensões físicas do equipamento.
O EGO usa o microprocessador de 8/16 bits modelo 8088 da Intel. Esse processador tem uma característica híbrida: trabalha internamente com registradores de 16 bits, mas a conversação com a memória e os periféricos é feita com palavras de 8 bits. Isso causa uma perda de eficiência global, em comparação com processadores de 16 bits "puros", como o Motorola 68000, mas os benefícios obtidos com a relativa compatibilidade do 8088 com outros processadores são também consideráveis. O microprocessador 8088 executa todas as tarefas de controle do sistema, como memória, unidades de entrada/saída e periféricos. Esse microprocessador pode ser usado em conjunto com o chamado co-processador aritmético, modelo Intel 8087, que é usado principalmente para liberar o 8088 das funções de cálculos, deixando mais tempo para as tarefas de controle, muito importantes quando os recursos aumentam. O 8088 pode trabalhar independente do 8087, sendo recomendado para aplicações científicas, e onde a precisão, associada à grande velocidade de processamento, é um quesito essencial. Por exemplo, uma operação de exponenciação pode levar cerca de 0,1 milissegundo quando se usa também o 8087, enquanto levaria, em média, 17 milissegundos somente com o 8088.
Na configuração mínima, o EGO tem 128 kbytes de memória principal RAM e 40 kbytes de ROM. Ambos os tipos de memória podem ser expandidos, estando limitados à capacidade de endereçamento, que é de 1 Mbyte. A memória RAM da ,placa principal pode ser expandida para 256 kbytes; através de módulos de expansão na forma de placas conectáveis à placa principal, pode-se chegar a uma configuração máxima de 976 kbytes de RAM e 48 kbytes de ROM. Toda a memória é protegida por um circuito de verificação de erros. Na memória ROM encontram-se gravadas rotinas do sistema operacional básico do equipamento, um conjunto de rotinas de auto-teste, que é executado toda vez que o equipamento é ligado, e uma parte do BASIC, ocupando 32 kbytes de ROM.
Um dos principais recursos do EGO é a possibilidade de ligação de até sete terminais nas portas seriais de comunicação RS-232C, formando uma configuração multiusuário. Com uma interface de comunicação assíncrona, também via RS-232C, o EGO pode se comunicar com outros sistemas (tanto outros EGOS como computadores de grande porte), fazendo emulação de alguns tipos de terminais e teleprocessamento.
Fabricante: Softec Engenharia de Sistemas Ltda
UCP: Intel 8088 - 4,77 Mhz, mais co-processador 8087
Rom: 40 kb
Ram: 128 Kb, expansão até 256 kb na placa principal ou placas conectáveis com 256 ou 512 kb
Video: Monitor monocromático ou colorido padrão RGB. Texto: 25 lin x 80 col, 25 lin x 40 col; gráfico: 200x320 ou 200x640 pts
Teclado: Standard com 84 teclas, numérico reduzido e buffer de 20 caracteres.
Memória externa: 02 Drives 5 1/4" dupla face e densidade no gabinete e mais 02 Drives externos de 5 1/4" ou 8", até 04 winchester de 5 ou 10 mb
Entradas/Saídas: Interface paralela, Serial
Sistema operacional: Analix (Versão do Unix), CP/M-86 ou MS-DOS
http://www.cobit.xpg.com.br/microspc/ego.htm
Baía dos Porcos
A Baía dos Porcos, em Fernando de Noronha, Pernambuco, é exuberante, mas com acesso considerado difícil, somente através da caminhada, partindo da Cacimba do Padre. É possível aproveitar o passeio pela praia pequena com faixa estreita composta por areia e pedras, e ainda piscinas de água transparente. Sem duvida, é uma das praias mais bonitas do Brasil
Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos aconteceu no nordeste brasileiro no final do século XIX, mais precisamente entre os anos de 1896 e 1897. Nessa época, o nordeste do Brasil vivia uma realidade de fome, seca, miséria, violência e abandono político. Os nordestinos se encontravam desamparados e a mercê da autoridade e do poder dos coronéis.
Em meio a esse cenário, um homem chamado Beato Antônio Conselheiro passou a espalhar o fanatismo religioso pelo sertão da Bahia, dando origem a um movimento popular formado por fanáticos, jagunços e sertanejos desempregados. Conselheiro se dizia enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e os pecados republicanos.
Com seu discurso fervoroso, Antônio Conselheiro arrebatou multidões de pessoas que desejavam sair da extrema pobreza. Esse movimento deu início a uma revolta, a qual o governo da Bahia não foi capaz de conter inicialmente. Assim, as forças da República tiveram que intervir para dissolver o grupo do Beato Conselheiro.
A região de Canudos ficava na zona de influência do Barão Jeremoabo. Em 1896, a força policial do tenente Pires Ferreira foi enviada pelo governo da Bahia para a primeira batalha, mas acabou derrotada pelo grupo de Antônio Conselheiro. Depois disso, as forças oficiais realizaram mais três ofensivas contra Canudos. Na quarta, e última tentativa, que aconteceu entre os meses de setembro e outubro de 1897, um grupo de 6 mil homens, comandado pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães, conseguiu invadir e destruir o arraial.
Ao chegar ao fim, a Guerra de Canudos deixou mais de 5 mil mortos. A história desse movimento popular foi registrada por Euclides da Cunha, no livro “Os Sertões”.
Por Juliana Miranda
Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro) nasceu em Quixeramobim, em 1830
-Seus pais queriam que seguisse a carreira sacerdotal, pois naquela época o clero era uma “brecha” para que as pessoas pobres ascendessem socialmente
-Depois da morte de sua mãe, seu pai casou-se novamente. Há registros que indicam que a madrasta o maltratava e o espancava.
-Mais tarde, seu pai morre e Antônio assume o comércio da família, o qual não ia nada bem.
-Antônio casou-se com Brasilina Laurentina de Lima, uma prima sua, e muda-se para vários lugares, procurando mercados consumidores para seus ofícios. E por último, mudou-se para Ipu.
-Alguns anos depois, Antônio flagrou sua mulher o traindo com um sargento da polícia dentro de sua própria residência. Envergonhado, mudou-se para a região do Cariri, onde começou sua vida de peregrinações.
-Um jornal de Sergipe faz uma menção de Antônio Conselheiro: ”Há seis meses que por todo o centro desta Província e da Província da Bahia, chegado (diz ele) do Ceará, infesta um aventureiro santarrão que se apelida por Antonio dos Mares. O que, a vista dos aparentes e mentirosos milagres que dizem ter ele feito, tem dado lugar a que o povo o trate por S. Antônio dos Mares. Esse misterioso personagem, trajando uma enorme camisa azul que lhe serve de hábito a forma do de sacerdote, pessimamente suja, cabelos mui espessos e sebosos entre os quais se vê claramente uma espantosa multidão de bichos (piolhos). Distingue-se pelo ar misterioso, olhos baços, tez desbotada e de pés nus; o que tudo concorre para o tornar a figura mais degradante do mundo.”
-Antônio é preso nos sertões da Bahia, sob acusação de matar mãe e esposa. Antônio é levado ao Ceará, e investigações revelam que não há nenhum indício contra sua esposa e sua mãe havia morrido quando tinha 7 anos. Antônio foi liberado e retornou à Bahia.
-Em 1888, com o fim da escravidão, muitos escravos foram atrás de conselheiro.
-5 anos depois, Antônio já cansado de tanto peregrinar decide fixar-se à margem Norte do Rio Vaza-Barris, um pequeno arraial chamado Canudos. Ali nasceu uma experiência extraordinária: em Bello Monte (rebatizado por Conselheiro), os desabrigados estavam sendo recebidos de braços abertos por Antônio. Ele criou uma comunidade em que facilmente se tinha acesso a terra e a trabalho.
-Em 1896 ocorreu a Guerra de Canudos, foram enviadas duas expedições mas foram violentamente paradas pelos fanáticos conselheiristas.
-Em 1897, foi mandada a definitiva 3ª expedição, na qual deu fim ao Arraial de Canudos e que fez Conselheiro morrer por ferimentos dessa guerra.
Por: João Ítalo
A Imigração Judaíca no Brasil
A vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, em decorrência da iminente invasão do exército de Napoleão Bonaparte, marca o início de um período frutífero para a vida judaica. A Abertura dos Portos e o Tratado de Amizade e Paz entre Portugal e a Inglaterra, de 1810, que permitia o estabelecimento de não-católicos no Brasil, propiciaram o ambiente favorável para a vinda dos primeiros imigrantes judeus com destino ao Rio de Janeiro. Teve início no século XIX a imigração de judeus marroquinos que se acentua como processo imigratório a partir de meados do mesmo século com o desenvolvimento da indústria extrativa na região da Amazônia. As revoltas em diferentes países europeus, por volta de 1848, com restrições às liberdades pessoais, impulsionaram muitos judeus em direção aos países do Novo Mundo, em busca de refúgio e oportunidades.
Os judeus que imigraram para o Brasil têm duas origens.
Os judeus que vieram da Europa Oriental, de países como a Polônia e a Rússia, são chamados de judeus asquenazis. Falavam a língua ídiche. Uma parte vivia em pequenas aldeias, chamadas de "shtetlach". Outros já viviam em cidades maiores e gozavam de melhores condições de vida.
Os judeus que vieram de paises como Egito, Síria e Líbano e, também, Turquia são chamados de sefaradis. Esse grupo era formado pelos judeus que já viviam nos países do Oriente há muitos séculos, e também pelos judeus oriundos da Espanha e de Portugal que, no final do século XV, encontraram acolhida nos países e regiões de maioria islâmica do Império Otomano.
Essas comunidades, muito diferentes entre si, seja pela língua e pela cultura, como também pelo passado histórico diverso, organizaram-se em grupos com identidades próprias.
Criaram sinagogas, clubes e grupos de acolhimento aos imigrantes de suas regiões.
A comunidade judaica, constituida pelos imigrantes que vieram da Europa Oriental e Central, bem como pelos vindos dos países do Oriente Médio e do Norte da África começou a se estruturar em São Paulo no início do século XX
Muitos se estabeleceram, ainda no final do século XIX, em cidades do interior de São Paulo como Franca, Campinas e Piracicaba e mais tarde muitas famílias foram para São Paulo, onde participaram da criação de várias instituições da comunidade judaica.
Nas primeiras décadas do século XX, boa parte dos judeus asquenazis se estabeleceram no bairro do Bom Retiro, enquanto muitos sefaradis moravam e trabalhavam nos bairros da Mooca e do Brás. No início da década de 1930 havia em São Paulo entre 15 a 20 mil judeus.
Estima-se que este número é atualmente de 60 mil somente no Estado de São Paulo e cerca de 100 mil em todo o Brasil.
O Fila Brasileiro
História da raça Fila Brasileiro
O Fila Brasileiro é uma raça de cachorro de grande porte desenvolvida no Brasil e a primeira raça de cachorro brasileira a ser reconhecida internacionalmente. A origem da raça está atrelada à colonização do país, quando europeus levaram seus animais de trabalho ao Brasil. Desses cruzamentos surgiu um cão que herdou a grande e forte estrutura óssea dos mastiffs ingleses, a pele solta e as orelhas baixas dos bloodhounds, e a resistência dos buldogues. Popular no Brasil, o Fila Brasileiro chegou a ser a raça mais registrada pela confederação nacional.
Robusto, o Fila Brasileiro, também conhecido como cão Fila, ou Cão de Fila, é descrito como animal de faro excelente, bem como de temperamento forte, que requer o pulso de donos firmes e experientes. De aparência facial agressiva, teve o seu inicial padrão modificado para mostrar um rosto menos violento. Em contrapartida, é visto como um canino tolerante com crianças, comportado e seguro.
Primeira raça brasileira a ser reconhecida internacionalmente pela FCI, em 1940 o Fila Brasileiro é um personagem anônimo da História do Brasil desde os tempos do descobrimento, quando ajudou os colonizadores na conquista do território brasileiro, seja protegendo as comitivas dos Bandeirantes de ataques de nativos e de onças ou suçuaranas, e até mesmo foi usado pelos colonizadores para recapturar escravos fugitivos.
O Fila Brasileiro possui um dos temperamentos mais paradoxos do reino canino, primeiro porque possui uma característica praticamente única entre todas as raças de cachorros, e que inclusive está descrita em seu padrão oficial, a aversão à estranhos. Na prática, esta característica impede que o animal seja enganado por um conhecido mal itencionado, já que a grande maioria dos exemplares da raça não aceita a visita de pessoas de fora da família em seus domínios, mesmo que acompanhado pelo seu dono. Esta característica é única entre todas as raças reconhecidas internacionalmente. Por outro lado, é proverbial a sua fidelidade ao dono e aos membros de sua família, procurando com insistência a companhia de seu dono. Como um gigante carente, é muito grande a sua tolerância com as crianças da família, geralmente deixando os pequenos mexerem até em sua vasilha de ração. Por ter um comportamento avesso à estranhos, se torna um cão muito fiel à família.
O Fila Brasileiro é uma raça de trabalho que já conquistou numerosos adeptos em muitos países. O cão de fila, ou Fila Brasileiro, tem uma origem obscura, como a de tantas outras raças. É possível indentificar no Fila Brasileiro traços de algumas raças trazidas ao Brasil pelos colonizadores espanhóis e portugueses, como o Bloodhound, o Mastiff e o Bulldog, o que nos leva a supor sua descendência.
O Fila Brasileiro é um cão de grande porte, acostumado à grandes espaços e ideal para sítios e fazendas. Um típico molosso, o Fila Brasileiro é desconfiado na presença de estranhos e não admite a menor familiaridade. A altura do Fila Brasileiro varia de 65 cm a 75 cm para os machos, e de 60 cm a 70 cm para as fêmeas, medidos sempre a altura da cernelha. O peso mínimo para a raça é de 40 kg, para as fêmeas, e de 50 kg, para os machos.
Os Oito Batutas
Oito Batutas foi um conjunto musical brasileiro criado em 1919 no Rio de Janeiro e formado por Pixinguinha na flauta, Donga e Raul Palmieri no violão, Nelson Alves no cavaquinho, China no canto, violão e piano, José Alves no bandolim e ganzá e Luis de Oliveira na bandola e reco-reco. O repertório do conjunto incluía choros, maxixes, canções sertanejas, batuques e cateretê.[1]
O conjunto foi formado para apresentar-se no Cine Palais a pedido de seu gerente, Isaac Frankel, que ouvira o Grupo Caxangá, no qual tocavam Donga, Pixinguinha e João Pernambuco, um dos maiores violonistas da história do choro, autor de Luar do Sertão em parceria com Catulo. Estreou na sala de espera deste cinema, tornando-se uma atração a parte, maior até que os próprios filmes. Alguns dos admiradores do grupo eram Rui Barbosa e Ernesto Nazareth, que se revelara apresentando-se no Cine Odeon, exatamente situado defronte ao Palais, ambos na Cinelândia.
Pelo sucesso do grupo, os Batutas começaram a apresentar-se em festas em casas da alta sociedade, bem como no cabaré Assírio, no subsolo do Teatro Municipal - onde acompanharam os dançarinos Duque e Gaby. A convite destes, e com patrocínio de Arnaldo Guinle, os Batutas viajaram a Paris em 1922, apresentando-se por 6 meses na boate Schéhérazade. Depois de voltar ao Brasil, excursionaram também para Buenos Aires, onde fizeram gravações para a Victor argentina.
YC-95 Bandeirante, O Primeiro avião brasileiro
Primeiro avião brasileiro voou nos anos 60
O primeiro voo aconteceu no dia 28 de outubro de 1968 após 110 mil horas de trabalho que contou com cerca de 300 pessoas ao longo de três anos e quatro meses. No ano seguinte, a Embraer seria criada para fabricar a aeronave em série.
O Bandeirante encontraria seu espaço em um nicho de mercado bem definido. “Não podíamos fazer aviões como os americanos ou os franceses. Tínhamos que produzir algo que não fosse competir com algum produto já dominado pelo mercado. Tínhamos de inovar. Abrir horizontes”, afirmou o engenheiro e oficial da Força Aérea Brasileira Ozíres Silva, que liderou a equipe do projeto. “Aviões grandes estavam ocupando todos os espaços e as pequenas cidades passaram a ficar sem transporte aéreo.” Estava ali a oportunidade que faltava.
O primeiro cliente seria a Força Aérea Brasileira: 80 unidades. Nos anos seguintes, a Força Aérea do Uruguai tornou-se o primeiro cliente no exterior. A Embraer produziria um total de 498 unidades, em 16 versões diferentes. Foi o começo do sucesso da indústria aeroespacial brasileira.
O ambiente de excelência profissional, brotado inicialmente a partir de organizações militares como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e o antigo Centro Técnico Aeroespacial (CTA), atual Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), transformou a cidade de São José dos Campos (SP) e a região do Vale do Paraíba em polo privilegiado para o florescimento de empresas de tecnologia.
Os investimentos da Força Aérea ajudaram a impulsionar a indústria. Já em 1971 voava no Brasil o primeiro jato a ser fabricado aqui, o Xavante. A partir da licença de fabricação da aeronave, projetada na Itália, 182 unidades sairam da linha de montagem na Embraer.
A experiência de montar o jato foi fundamental para que nas décadas seguintes o Brasil se tornasse um exportador de aeronaves militares. Forças Aéreas de países como Reino Unido, Irã, Argentina, Egito, França, Grécia, Kuwait, Índia, Angola, Venezuela viriam a se tornar operadoras de aviões fabricados aqui.
Boa parte desse sucesso de exportação aconteceria a partir da década de 80, com o Tucano, exportado pela primeira vez em 1984. O nome, escolhido por um concurso realizado com os cadetes da Academia da Força Aérea, se tornou sinônimo de treinamento de pilotos de aviação militar. O avião, desenvolvido pela Embraer sob encomenda inicial da Força Aérea Brasileira, também foi recebido por Angola, Argentina, Colômbia, Egito, França, Guatemala, Honduras, Irã, Iraque, Kuwait, Paraguai, Peru, Quênia, Reino Unido e Venezuela.
Na mesma época, iniciava também a produção do Brasília, aeronave pressurizada criada para substituir o Bandeirante. O primeiro protótipo foi apresentado 1983, quando fez o seu primeiro voo. Com capacidade para 30 passageiros, o Brasília foi o primeiro avião projetado pela Embraer com o auxílio de computadores.
Capaz de superar os 580 km/h e com um nível de ruído baixo se comparado aos seus concorrentes, o avião brasileiro foi desenvolvido com um sistema de programação e controle de voo digitalizado, um dos mais avançados da época.
O primeiro operador foi uma companhia aérea estrangeira, a norte-americana Atlantic Southeast Airlines. Ao todo, 352 aviões foram entregues para 33 operadores em vários países.
Ainda naquela década, sob coordenação da FAB, a empresa atuaria no desenvolvimento de um caça a jato. Inicialmente chamado de AMX, o A-1 foi projetado pela EMBRAER em parceria com as empresas italianas Aermacchi e Aeritalia. Em 27 de março de 1981, os governos do Brasil e da Itália assinaram um acordo para estudar os requisitos da aeronave, e quatro meses depois as três empresas recebiam o contrato de desenvolvimento. Criado para missões de ataque, o AMX se destaca ainda hoje pelo raio de alcance, robustez e confiabilidade nos sistemas eletrônicos.
Na década de 90, e empresa iniciaria uma trajetória de sucesso com o desenvolvimento e a produção de jatos comerciais e de uso executivo. Hoje, é a terceira maior fabricante de jatos comerciais no mundo, com mais de cinco mil aeronaves entregues em todo o mundo, incluindo companhias aéreas de 61 países e 50 forças armadas.
O passo atual é o projeto Gripen NG. Engenheiros brasileiros já estão na Suécia, onde participam do desenvolvimento do futuro caça da FAB. Das 36 unidades já encomendadas, quinze serão fabricadas no Brasil. Além da Embraer, outras empresas brasileiras também participam.
sexta-feira, 13 de maio de 2016
Filipe Camarão, o Herói da Insurreição Pernambucana
Filipe Camarão (1591-1649) foi indígena brasileiro. Herói da Insurreição Pernambucana, "Capitão-Mor do índios", "Dom Filipe", "Cavaleiro da Ordem de Cristo" e "Fidalgo", títulos que recebeu do rei, por lutar na defesa do território brasileiro, contra o ataque dos inimigos.
Filipe Camarão (1591-1649) nasceu no Rio Grande do Norte, no ano de 1591. O índio "Poti", foi batizado pelo padre Dionísio Nunes, com o nome cristão de Antonio, depois, ao seu nome, foi acrescentado Filipe, em homenagem ao rei da Espanha e Portugal. No dia 4 de de junho de 1612, o índio Antonio Felipe casa com Clara Camarão.
Filipe Camarão foi um dos primeiros voluntários a se apresentar ao Governador Geral do Brasil, o português Matias de Albuquerque, no Arraial do Bom Jesus, para participar das lutas em defesa do território brasileiro. Em 1633 recebeu do rei Filipe IV da Espanha, a patente de "Capitão Mor dos índios". Em 1635 recebe o tratamento de "Dom" e a comenda de "Cavaleiro da Ordem de Cristo", tornando-se "fidalgo". A realeza espanhola concedia títulos aos povos considerados inferiores, e que lutavam a frente das batalhas, lhes dando um certo status social.
Filipe Camarão confrontou-se com alguns compatriotas Potiguares, como ele, que haviam sido evangelizados pelos holandeses e que lutavam contra os portugueses. Em 1637, tomou parte da batalha de Porto Calvo, Alagoas, onde sua mulher também lutava na tropa feminina, na batalha de Barra Grande. Esteve na batalha de Comandatuba na Bahia, onde enfrentou os holandeses, estando a frente do exército, o próprio Maurício de Nassau. Participou ainda das lutas em Goiana, Terra Nova e Salvador.
Em Pernambuco, em 1645, durante a Insurreição Pernambucana, Filipe Camarão lutou na batalha de Casa Forte, quando os pernambucanos vitoriosos, no Monte da Tabocas, hoje Vitória de Santo Antão, se aproximaram do Recife e fundaram o Arraial Novo do Bom Jesus, ao lado da atual estrada do Forte em Iputinga. Os revoltosos tomaram a casa de Dona Ana Paes, senhora de engenho, casada com um flamengo e amiga de Maurício de Nassau. Filipe Camarão participou ativamente da tomada do Engenho Casa Forte, onde na região da várzea do rio Capibaribe, estruturaram o cerco à cidade do Recife.
Filipe Camarão esteve presente também na primeira batalha dos Guararapes, em 19 de abril de 1648, onde o inimigo ficou isolado, em determinados pontos do território. Filipe adoece e se retira para o Engenho Novo de Goiana, onde morre, e não participa da retomada do Recife em 1654.
Dom Antonio Filipe Camarão morre no dia 24 de agosto de 1649.
INSURREIÇÃO PERNAMBUCANA (1645-1654)
A Insurreição Pernambucana ocorreu no contexto da ocupação holandesa na região Nordeste do Brasil, em meados do século XVII. Ela representou uma ação de confronto com os holandeses por parte dos portugueses, comandados principalmente por João Fernandes Vieira, um próspero senhor de engenho de Pernambuco. Nessa luta contra os holandeses, os portugueses contaram com o importante auxílio de alguns africanos libertos e também de índios potiguares.
A oposição dos portugueses aos holandeses ocorreu em decorrência da intensificação da cobrança de impostos e também da cobrança dos empréstimos realizados pelos senhores de engenho de origem portuguesa com os banqueiros holandeses e com a Companhia das Índias Ocidentais, empresa que administrava as possessões holandesas fora da Europa.
Outro fato que acirrou a rivalidade entre portugueses e holandeses foi a questão religiosa. Boa parte dos holandeses que estava na região de Recife e Olinda era formada por judeus ou protestantes. Nesse contexto religioso que trazia as consequências da Reforma e da Contrarreforma para solo americano, o catolicismo professado pelos portugueses era mais um elemento de estímulo para expulsar os holandeses do local.
Os conflitos iniciaram-se em maio de 1645, após o regresso de Maurício de Nassau à Holanda. As tropas comandadas por João Fernandes Vieira receberam o apoio de Antônio Felipe Camarão, índio potiguar conhecido como Poti que auxiliou no combate aos holandeses junto a centenas de índios sob seu comando. Outro auxílio recebido veio do africano liberto Henrique Dias. A Batalha do Monte Tabocas foi o principal enfrentamento ocorrido nesse início da Insurreição. Os portugueses conseguiram infligir uma retumbante derrota aos holandeses, garantindo uma elevação da moral para a continuidade dos conflitos. Além disso, os insurrectos receberam apoio de tropas vindas principalmente da Bahia.
Outro componente envolvido na Insurreição Pernambucana estava ligado às disputas que havia entre vários países europeus à época. Durante a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), os espanhóis estavam em confronto com os holandeses pelos territórios dos Países Baixos. Era ainda o período da União Ibérica, em que o Reino Português estava subjugado ao Reino Espanhol.
Nesse sentido, a posição holandesa em relação a Portugal era dúbia. Em solo europeu, os holandeses apoiavam os portugueses contra o domínio espanhol, mas, ao mesmo tempo, ocupavam territórios portugueses na África Ocidental e no Brasil, sendo que além da região pernambucana, os holandeses tentaram ainda conquistar algumas localidades no Maranhão e em Sergipe.
No início de 1648, Holanda e Espanha selaram a paz, e os espanhóis aceitaram entregar aos holandeses as terras tomadas pelos insurrectos portugueses em Pernambuco. Frente a tal situação, o conflito continuou. Em Abril de 1648, ocorreu a primeira Batalha dos Guararapes, em que os holandeses sofreram dura derrota, abrindo caminho para o ressurgimento do domínio português a partir de 1654.
Por Tales Pinto
Graduado em História
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