segunda-feira, 16 de maio de 2016
A Imigração Judaíca no Brasil
A vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, em decorrência da iminente invasão do exército de Napoleão Bonaparte, marca o início de um período frutífero para a vida judaica. A Abertura dos Portos e o Tratado de Amizade e Paz entre Portugal e a Inglaterra, de 1810, que permitia o estabelecimento de não-católicos no Brasil, propiciaram o ambiente favorável para a vinda dos primeiros imigrantes judeus com destino ao Rio de Janeiro. Teve início no século XIX a imigração de judeus marroquinos que se acentua como processo imigratório a partir de meados do mesmo século com o desenvolvimento da indústria extrativa na região da Amazônia. As revoltas em diferentes países europeus, por volta de 1848, com restrições às liberdades pessoais, impulsionaram muitos judeus em direção aos países do Novo Mundo, em busca de refúgio e oportunidades.
Os judeus que imigraram para o Brasil têm duas origens.
Os judeus que vieram da Europa Oriental, de países como a Polônia e a Rússia, são chamados de judeus asquenazis. Falavam a língua ídiche. Uma parte vivia em pequenas aldeias, chamadas de "shtetlach". Outros já viviam em cidades maiores e gozavam de melhores condições de vida.
Os judeus que vieram de paises como Egito, Síria e Líbano e, também, Turquia são chamados de sefaradis. Esse grupo era formado pelos judeus que já viviam nos países do Oriente há muitos séculos, e também pelos judeus oriundos da Espanha e de Portugal que, no final do século XV, encontraram acolhida nos países e regiões de maioria islâmica do Império Otomano.
Essas comunidades, muito diferentes entre si, seja pela língua e pela cultura, como também pelo passado histórico diverso, organizaram-se em grupos com identidades próprias.
Criaram sinagogas, clubes e grupos de acolhimento aos imigrantes de suas regiões.
A comunidade judaica, constituida pelos imigrantes que vieram da Europa Oriental e Central, bem como pelos vindos dos países do Oriente Médio e do Norte da África começou a se estruturar em São Paulo no início do século XX
Muitos se estabeleceram, ainda no final do século XIX, em cidades do interior de São Paulo como Franca, Campinas e Piracicaba e mais tarde muitas famílias foram para São Paulo, onde participaram da criação de várias instituições da comunidade judaica.
Nas primeiras décadas do século XX, boa parte dos judeus asquenazis se estabeleceram no bairro do Bom Retiro, enquanto muitos sefaradis moravam e trabalhavam nos bairros da Mooca e do Brás. No início da década de 1930 havia em São Paulo entre 15 a 20 mil judeus.
Estima-se que este número é atualmente de 60 mil somente no Estado de São Paulo e cerca de 100 mil em todo o Brasil.
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