segunda-feira, 16 de maio de 2016
Antônio Conselheiro e a Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos aconteceu no nordeste brasileiro no final do século XIX, mais precisamente entre os anos de 1896 e 1897. Nessa época, o nordeste do Brasil vivia uma realidade de fome, seca, miséria, violência e abandono político. Os nordestinos se encontravam desamparados e a mercê da autoridade e do poder dos coronéis.
Em meio a esse cenário, um homem chamado Beato Antônio Conselheiro passou a espalhar o fanatismo religioso pelo sertão da Bahia, dando origem a um movimento popular formado por fanáticos, jagunços e sertanejos desempregados. Conselheiro se dizia enviado por Deus para acabar com as diferenças sociais e os pecados republicanos.
Com seu discurso fervoroso, Antônio Conselheiro arrebatou multidões de pessoas que desejavam sair da extrema pobreza. Esse movimento deu início a uma revolta, a qual o governo da Bahia não foi capaz de conter inicialmente. Assim, as forças da República tiveram que intervir para dissolver o grupo do Beato Conselheiro.
A região de Canudos ficava na zona de influência do Barão Jeremoabo. Em 1896, a força policial do tenente Pires Ferreira foi enviada pelo governo da Bahia para a primeira batalha, mas acabou derrotada pelo grupo de Antônio Conselheiro. Depois disso, as forças oficiais realizaram mais três ofensivas contra Canudos. Na quarta, e última tentativa, que aconteceu entre os meses de setembro e outubro de 1897, um grupo de 6 mil homens, comandado pelo general Artur Oscar de Andrade Guimarães, conseguiu invadir e destruir o arraial.
Ao chegar ao fim, a Guerra de Canudos deixou mais de 5 mil mortos. A história desse movimento popular foi registrada por Euclides da Cunha, no livro “Os Sertões”.
Por Juliana Miranda
Antônio Vicente Mendes Maciel (Antônio Conselheiro) nasceu em Quixeramobim, em 1830
-Seus pais queriam que seguisse a carreira sacerdotal, pois naquela época o clero era uma “brecha” para que as pessoas pobres ascendessem socialmente
-Depois da morte de sua mãe, seu pai casou-se novamente. Há registros que indicam que a madrasta o maltratava e o espancava.
-Mais tarde, seu pai morre e Antônio assume o comércio da família, o qual não ia nada bem.
-Antônio casou-se com Brasilina Laurentina de Lima, uma prima sua, e muda-se para vários lugares, procurando mercados consumidores para seus ofícios. E por último, mudou-se para Ipu.
-Alguns anos depois, Antônio flagrou sua mulher o traindo com um sargento da polícia dentro de sua própria residência. Envergonhado, mudou-se para a região do Cariri, onde começou sua vida de peregrinações.
-Um jornal de Sergipe faz uma menção de Antônio Conselheiro: ”Há seis meses que por todo o centro desta Província e da Província da Bahia, chegado (diz ele) do Ceará, infesta um aventureiro santarrão que se apelida por Antonio dos Mares. O que, a vista dos aparentes e mentirosos milagres que dizem ter ele feito, tem dado lugar a que o povo o trate por S. Antônio dos Mares. Esse misterioso personagem, trajando uma enorme camisa azul que lhe serve de hábito a forma do de sacerdote, pessimamente suja, cabelos mui espessos e sebosos entre os quais se vê claramente uma espantosa multidão de bichos (piolhos). Distingue-se pelo ar misterioso, olhos baços, tez desbotada e de pés nus; o que tudo concorre para o tornar a figura mais degradante do mundo.”
-Antônio é preso nos sertões da Bahia, sob acusação de matar mãe e esposa. Antônio é levado ao Ceará, e investigações revelam que não há nenhum indício contra sua esposa e sua mãe havia morrido quando tinha 7 anos. Antônio foi liberado e retornou à Bahia.
-Em 1888, com o fim da escravidão, muitos escravos foram atrás de conselheiro.
-5 anos depois, Antônio já cansado de tanto peregrinar decide fixar-se à margem Norte do Rio Vaza-Barris, um pequeno arraial chamado Canudos. Ali nasceu uma experiência extraordinária: em Bello Monte (rebatizado por Conselheiro), os desabrigados estavam sendo recebidos de braços abertos por Antônio. Ele criou uma comunidade em que facilmente se tinha acesso a terra e a trabalho.
-Em 1896 ocorreu a Guerra de Canudos, foram enviadas duas expedições mas foram violentamente paradas pelos fanáticos conselheiristas.
-Em 1897, foi mandada a definitiva 3ª expedição, na qual deu fim ao Arraial de Canudos e que fez Conselheiro morrer por ferimentos dessa guerra.
Por: João Ítalo
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